segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Grito dos Excluídos reúne povos tradicionais e movimentos populares do Semiárido alagoano




Neste dia 06 de setembro, véspera do feriado de independência, movimentos e organizações populares da agricultura familiar camponesa, comunidades quilombolas e povos indígenas do semiárido alagoano saíram às ruas para gritar pelo seu direito de não serem excluídos. O décimo sétimo Grito dos Excluídos na cidade de Palmeira dos Índios marca um período de luta e reforçou a batalha que vem sendo travada pelo povo Xucuru Kariri pela demarcação de suas terras.

O Grito representou um momento de culminância de dois dias de debates e plenárias para elaboração da pauta de reivindicações a ser entregue ao prefeito de Palmeira dos Índios. A marcha seguiu pela principal avenida da cidade e durante o percurso lideranças falaram sobre as pautas de reivindicação, os povos dançaram e cantaram e um grupo de quilombolas fez uma apresentação de capoeira, manifestando a resistência de sua cultura.

Vera Lúcia Félix, do Movimento de Pequenos Agricultores – MPA e coordenação da ASA Alagoas, falou sobre a importância dos agricultores familiares camponeses e dos povos indígenas na produção de alimentos e da necessidade da demarcação, como também do assentamento dos produtores sem terra.

Também reforçaram o tema a agricultora e quilombola Maria José Lima, conhecida como Nenen e os representantes do povo Xucuru Kariri, Gersinaldo e Raquel Xucuru, que também salientou a deficiência dos serviços de educação e saúde oferecidos na cidade e especialmente nas aldeias, questões que também foram pontuadas no documento a ser entregue aos gestores locais. A juventude também se fez presente ao grito que, em âmbito nacional, tem como tema principal “Juventude que ousa lutar, constrói um projeto popular”, pedindo por melhores oportunidades e pelo fim do extermínio de jovens pobres e negros.

O grito culminou com uma manifestação na prefeitura municipal de Palmeira dos Índios onde os excluídos se reuniram aos trabalhadores da saúde e da educação, que há mais de 30 dias encontram-se em greve e acampados em frente à sede do poder executivo. Manifestação que resultou na ocupação da prefeitura pelo grupo, que reivindicava ser recebido pelo prefeito local.

Diante da ocupação, o prefeito James Ribeiro, entrou em negociação e solicitou a composição de uma comissão que foi posteriormente recebida e pode debater com o gestor cada um dos pontos pautados. A partir daí foram firmados compromissos, entre eles a mediação do processo de demarcação das terras pelo prefeito e com maior participação do povo.  

Regimere Melo/ comunicadora popular  CACTUS/ASA Al

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