Neste
dia 06 de setembro, véspera do feriado de independência, movimentos e
organizações populares da agricultura familiar camponesa, comunidades
quilombolas e povos indígenas do semiárido alagoano saíram às ruas para gritar
pelo seu direito de não serem excluídos. O décimo sétimo Grito dos Excluídos na
cidade de Palmeira dos Índios marca um período de luta e reforçou a batalha que
vem sendo travada pelo povo Xucuru Kariri pela demarcação de suas terras.
O
Grito representou um momento de culminância de dois dias de debates e plenárias
para elaboração da pauta de reivindicações a ser entregue ao prefeito de
Palmeira dos Índios. A marcha seguiu pela principal avenida da cidade e durante
o percurso lideranças falaram sobre as pautas de reivindicação, os povos dançaram
e cantaram e um grupo de quilombolas fez uma apresentação de capoeira,
manifestando a resistência de sua cultura.
Vera
Lúcia Félix, do Movimento de Pequenos Agricultores – MPA e coordenação da ASA
Alagoas, falou sobre a importância dos agricultores familiares camponeses e dos
povos indígenas na produção de alimentos e da necessidade da demarcação, como
também do assentamento dos produtores sem terra.
Também
reforçaram o tema a agricultora e quilombola Maria José Lima, conhecida como
Nenen e os representantes do povo Xucuru Kariri, Gersinaldo e Raquel Xucuru,
que também salientou a deficiência dos serviços de educação e saúde oferecidos
na cidade e especialmente nas aldeias, questões que também foram pontuadas no
documento a ser entregue aos gestores locais. A juventude também se fez
presente ao grito que, em âmbito nacional, tem como tema principal “Juventude
que ousa lutar, constrói um projeto popular”, pedindo por melhores
oportunidades e pelo fim do extermínio de jovens pobres e negros.
O
grito culminou com uma manifestação na prefeitura municipal de Palmeira dos
Índios onde os excluídos se reuniram aos trabalhadores da saúde e da educação,
que há mais de 30 dias encontram-se em greve e acampados em frente à sede do
poder executivo. Manifestação que resultou na ocupação da prefeitura pelo
grupo, que reivindicava ser recebido pelo prefeito local.
Diante
da ocupação, o prefeito James Ribeiro, entrou em negociação e solicitou a
composição de uma comissão que foi posteriormente recebida e pode debater com o
gestor cada um dos pontos pautados. A partir daí foram firmados compromissos,
entre eles a mediação do processo de demarcação das terras pelo prefeito e com
maior participação do povo.
Regimere
Melo/ comunicadora popular CACTUS/ASA Al
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