Programa de Mobilização Social para a Construção de Um Milhão de Cisternas
P1MC - O programa Um Milhão de Cisternas, atua no Semiárido alagoano desde o ano de 2000 e, até então, beneficiou cerca de 20 mil famílias com a organização e mobilização para a construção de cisternas de placa para água de consumo humano.
Seu principal objetivo é garantir água de qualidade às famílias para beber e cozinhar nos períodos de estiagem. Combatendo, além da dependência dos carros pipa, doenças trasmitidas através da água contaminada.
Para realização das construções há uma mobilização das comunidades, que são estimuladas a formar comissões locais para seleção das familias a serem beneficiadas a para gestão e minitoramento do programa em sua localidade. Desta forma, a construção movimenta a comunidade e a beneficia não só pelo acesso a água potável como também pela sua formação e organização. Para o processo de construção das cisternas acontecem vários momentos, a saber:
a) Reunião inicial com a comunidade para apresentação do programa e composição da comissão local;
b) Cadastramento e Seleção das famílias, a partir de critérios pré estabelecidos que levam em conta fatores como: mulher chefe de familia, crianças em idade escolar frequentando a escola, renda percápita, entre outros;
c) Capacitação para pedreiros, envolvendo agricultore/as que desejem aprender a construir cisternas em suas e outras comunidades;
d) Capacitação das Familias na Gestão de Recursos Hídricos, a partir da qual a família irá planejar o melhor manejo para que os 16 mil litros de água a qual passará a dispor supra suas necessidades pelo maior período de tempo;
e) Construção da cisterna com a contribuição da família, que oferece como contrapartida a alimentação e abrigo para os pedreiros, escavação do buraco da cisterna e a mão de obra de servente.
A cisterna é construída com placas de areia, ferro, brita e cimento. A área de captação da água é o telhado da casa da familia, através de uma sistema de bicas ou calhas. A cisterna familiar armazena até 16 mil litros de água.
Esta quantidade, segundo estudos e observações, abastecem uma família com 5 pessoas por pelo menos 8 meses, a depender do manejo realizado pela familia, sendo que, nos cursos de gerenciamento de recursos hídricos, as famílias são orientadas a usarem a água apenas para beber e cozinhar.
Esta quantidade, segundo estudos e observações, abastecem uma família com 5 pessoas por pelo menos 8 meses, a depender do manejo realizado pela familia, sendo que, nos cursos de gerenciamento de recursos hídricos, as famílias são orientadas a usarem a água apenas para beber e cozinhar.
Programa de Mobilização Social para Acesso e Manejo Sustentável da Terra e das Águas por meio de Tecnologias Sociais
O P1+2 - Programa Uma Terra e Duas Águas é um complemento ao P1MC. A família, que já possui a água para o consumo humano, com este programa, passa a ter então a segunda água - esta para a produção de alimentos. O P1+2, atua no semiárido alagoano desde 2007 e atendeu, até então, cerca de 700 famílias, com a implantação de 310 Cisternas-calçadão, 29 Barragens Subterrâneas, 06 Bombas de Água Popular e 27 Tanques de Pedra.
Seus objetivos são:
- Contribuir para formação e implementação de experiências e tecnologias sociais apropriadas a agricultura familiar no semi-árido brasileiro;
- Sistematizar e promover intercâmbio de experiências de segurança alimentar através de tecnologias sociais de acesso e manejo sustentável da terra e das águas;
- Consolidar experiências de convivência com o Semi-Árido Brasileiro com ações geradoras de renda e segurança alimentar para as famílias.
Da mesma forma que acontece no P1MC, o P1+2 também promove a mobilização/articulação da comunidade para receber e contribuir na implantação e monitoramento do programa. Isto ocorre de acordo com as seguintes etapas:
a) Encontro Municipal com a ASA para apresentação do programa e seleção das comunidades a serem beneficiadas e formação da comissão municipal;
b) Reunião com as famílias em cada uma das comunidades para apresentação do programa e seleção das familias, de acordo com os cirtérios estabelecidos no P1MC;
c) Cadastramento das familias selecionadas;
d) Oficinas
para formação de pedreiros e pedreiras para construção de cisterna calçadão;
e) Curso de Gerenciamento de Água para Produção de Alimentos (GAPA). Momento em que a família planeja sua propriedade, a partir da construção da tecnologia;
f) Intercâmbios intermunicipais
e interestaduais, a partir dos quais as familias podem conhecer a tecnologia com a qual será beneficiada em funcionamento;
g) Construção da tecnolgia junto com as familias, que contribuem com a escavação do buraco, alimentação e abrigo para os pedreiros e mão de obra de servente. Como as tecnologias implantadas no P1+2 são de grande porte, muitas vezes as familias recorrem ao sistema de mutirão ou a parceria com o poder público municipal para dar conta de sua contrapartida, principalmente, no tocante a escavações;
h) Curso de Sistemas de Irrigação Simplificados e Manejo da Água (SISMA). Durante este curso as famílias conhecem e trocam experiências sobre tecnologias simples, econômicas e alternativas para irrigação de pequenos terrenos, principalmente para a produção de hortaliças e fruteiras;
i) Entrega de Kites produtivos, contendo mudas, sementes, material de construção (tela, arame, telha) e kit de regador;
i) Entrega de Kites produtivos, contendo mudas, sementes, material de construção (tela, arame, telha) e kit de regador;
i) Sistematização
de experiências
As Tecnologias Sociais trabalhadas pelo P1+2:
CISTERNA CALÇADÃO - É uma cisterna que tem capacidade de estocar até 52 mil litros de água, ligada a um calçadão de 200 metros quadrados que serve como área de captação da água das chuvas. Essa água escorre do calçadão até a cisterna através de um cano que liga um a outra. O tamanho do calçadão foi pensado para garantir o enchimento da cisterna mesmo em anos que a ocorrência de chuvas seja abaixo da média. Sendo posspivel garantir que a sua capacidade com apenas 350 milimetros de chuva, permitindo a irrigação de salvação;
BARRAGEM SUBTERRÂNEA - A barragem subterrânea é um instrumento de mobilização e organização social, pois envolve várias familias na sua construção. O modelo mais usado pela ASA é o que é feito com lona plástica. Ela serve para armazenar a água no solo, através de uma "parede" abaixo da terra feita com a lona. Também e construida uma parede a cima do solo que armazena água por um curto periodo, ja que o maior volume de água fica no subsolo. Para a familia ter acesso a água que está no solo, geralmente é escavado um poço no melhor local identificado ao longo do perímetro enxarcado;
TANQUE DE PEDRA - Instrumento de mobilização e organização social, que busca aproveitar água dos lajedos, através da construção de paredes de pedra que ampliam sua capacidade de armazenamento de água das chuvas. Também conhecido como caldeirão, o tanque de pedra é uma implemtentação comunitária e é usado para os gastos domésticos, o consumo dos animais e na irrigação de pequenas lavouras.
BOMBA D'ÁGUA POPULAR - É um equipamento destinado destinado à captação de água em poços desativados com profundidade de até 100 metros. Em profundidade de 40 metros, bombea manulamente, 100 litros de água por hora. Uma quantidade de 12 mil litros por dia dá para atender 60 famílias. Seus componentes são fabricados em aço inox, nao enferrujam, duram mais de 30 anos e é de simples manutenção, também é de fácil instalação e manuseio.
Cisternas nas Escolas
Além dos Programas P1MC e P1+2, a ASA Alagoas desenvolveu também no anos de 2010 e 2011 a proposta do Cisternas nas Escolas, que como o nome já diz propõe a construção de cisternas em escolas de comunidades rurais que não tem acesso a rede de abastecimento de água. Em Alagoas, foram construídas 17 cisternas nos muncípios de Arapiraca, Delmiro Gouveia, Girau do Ponciano, Mata Grande, Igaci, Pariconha e Traipú.
A cisterna armazena até 52 mil litros de água das chuvas, captada no telhado da escola, através de um sistema de bicas ou calhas. Além de garatir água para o consumo nos períodos de estiagem, o programa busca estimular a implantação de hortas nas escolas, tanto para utilização de verduras e legumes na merenda escolar, como para emprego destas como um intrumento pedagógico de educação contextualizada.
Toda a comunidade escolar é envolvida no processo de construção, através de encontros e formações que envolvem alunos, pais de alunos, professores, gestores e funcionários da escola. As famílias são mobilizadas ainda a participar diretamente da construção a partir execução de contrapartidas como escavação do buraco e mão de obra de servente.
O programa foi desenvolvido como uma experiência piloto e além da contrução das cisternas contou, em nível nacional, com a produção e divulgação de uma série de desenhos animados. A série intitulada Àgua, Vida e Alegria no Semiárido, foi produzida com personagens criados por crianças de uma escola rural e tratam, principalmente, de questões referentes aos cuidados com a água e com o meio ambiente.
Toda a comunidade escolar é envolvida no processo de construção, através de encontros e formações que envolvem alunos, pais de alunos, professores, gestores e funcionários da escola. As famílias são mobilizadas ainda a participar diretamente da construção a partir execução de contrapartidas como escavação do buraco e mão de obra de servente.
O programa foi desenvolvido como uma experiência piloto e além da contrução das cisternas contou, em nível nacional, com a produção e divulgação de uma série de desenhos animados. A série intitulada Àgua, Vida e Alegria no Semiárido, foi produzida com personagens criados por crianças de uma escola rural e tratam, principalmente, de questões referentes aos cuidados com a água e com o meio ambiente.