terça-feira, 5 de abril de 2011

Alagoas avalia o Programa Cisternas nas Escolas

Água para beber, plantar e educar

No ano de 2010 a Articulação do Semiárido – Asa deu início a mais um projeto de sustentabilidade hídrica para o semiárido. Desta vez, o programa pretende atender com a água de qualidade crianças e educadores de escolas rurais que não dispunham de abastecimento regular ou qualquer outra reserva de água.

Além da garantia de que as crianças não deixem de ter aulas nos períodos de estiagem, o programa também representa uma possibilidade de usar a água das cisternas como instrumento pedagógico, para a produção de hortas e frutas para enriquecimento da merenda escolar e ainda para a oportunidade de dialogar com gestores, educadores e comunidades sobre educação contextualizada.

Em Alagoas o projeto piloto atenderá 07 escolas nos municípios de Arapiraca, Delmiro Gouveia, Girau do Ponciano, Mata Grande, Igaci, Pariconha e Traipú e vem sendo executado pela Associação de Agricultores Alternativos (AAGRA) e pela Cooperativa de Pequenos Produtores de Bancos Comunitários de Sementes (COPPABACS). Em alguns desses municípios a cisterna já está pronta e já foi realizado todo o processo de mobilização e capacitação, que envolve gestores municipais, educadores e comunidade escolar onde são implantadas as cisternas.

Depois de quase um ano de mobilizações, reuniram-se professores, gestores das escolas, representantes municipais da ASA, representantes de pais e a Coordenação estadual da ASA Alagoas para avaliar impactos, desafios e estratégias para a continuidade deste programa no estado.


O encontro aconteceu na cidade de Arapiraca, entre os dias 30 e 31 de março e, além dos atores envolvidos diretamente com o programa no estado, contou ainda com a participação de uma representação da Assessoria nacional do programa e a apresentação da experiência de três das escolas que estão executando o programa.

Na oportunidade foram apontadas dificuldades como o diálogo com os gestores municipais, a inserção de outras secretarias que não as de educação neste processo de mobilização e construção, a comunicação do programa dentro dos municípios e o envolvimento de professores em espaços de formação e educação contextualizada.

Por outro lado, foram sinalizadas conquistas como a disponibilidade dos professores nos momentos de mobilização e formação, o interesse de pais e alunos tanto nos momentos de formação quanto para a organização da contrapartida da comunidade e a contrapartida dos municípios, principalmente em relação a construção das obras.

Outra grande conquista percebida é que muitos educadores já entendem a cisterna como um instrumento importante para a educação das crianças. “A maior intenção é que a cisterna venha como um instrumento pedagógico de educação contextualizada”, reforça Maria Helena, educadora do município de Igaci.

Para ampliar e qualificar o seu debate em relação à educação contextualizada, o grupo de educadores envolvidos no programa se dispôs a compor a Rede de Educação Contextualizada do Agreste e Semiárido (RECASA) que oportuniza uma dinâmica de formação continuada e discussões políticas sobre esta temática no estado.

Diante dos encaminhamentos, o primeiro encontro envolvendo este grupo de educadores na RECASA ficou agendado para os dias 12 e 13 de Maio em Arapiraca, onde será discutida a proposta de formação para todo o ano de 2011.

Regimere Santos de Melo
Comunicadora Popular/ UGT CACTUS

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