A Embrapa Solos, unidade de Recife vem desenvolvendo O
projeto Barragem subterrânea: promovendo o aumento ao acesso e usos da água em
agroecossistemas de base familiar do Semiárido do Nordeste brasileiro, a partir
do qual busca avaliar os impactos sociais,
econômicos e ambientais provocados por esta tecnologia junto às famílias. O
projeto foi executado em quatro estados do Nordeste: Bahia, Alagoas, Pernambuco
e Paraíba. Em Alagoas, 03 famílias vêm sendo acompanhadas. Parte deste projeto
foi a análise da água e do solo das barragens subterrâneas.
Na última sexta-feira, dia 07 de novembro a Embrapa, em
parceria com a ASA Alagoas, realizou um momento de intercâmbio e estudo do solo
de umas das barragens acompanhadas. O dia de campo, aconteceu na barragem do
senhor Edésio Melo, conhecido como seu Dedé. O objetivo deste momento foi
promover a troca de experiências entre técnicos e agricultores e contou com a
participação de 3 proprietários de barragens subterrâneas, entre elas, duas que
estão sendo acompanhadas pela Embrapa Solos.
Além dos agricultores, participaram técnicos e técnicas das
Unidades Gestoras do Programa uma Terra e duas Águas no estado. O dia de estudos
foi dividido em três momentos, ou estações, como explicou a pesquisadora da
Embrapa Maria Sonia Lopes da Silva, que conduziu o primeiro momento, no qual
foi feita uma apresentação sobre barragens subterrâneas, tratando de modelos,
escolha do local mais adequado e etapas da construção. Ainda nesta primeira
estação o agrônomo e pesquisador de gênese e classificação de solos Flávio
Marques, apresentou os vários tipos de solo que podem ocorrer na região,
classificando os que podem ou não ser recomendados para a construção das barragens
subterrâneas.
A segunda estação, foi a passagem pela primeira barragem
subterrânea de seu Dedé construída em 2007. Na visita ele contou do processo de
construção, dando ênfase as dificuldades encontradas como a escavação manual da
vala, que em alguns pontos, chegou a 8 metros de profundidade e o grande volume
de água encontrado durante a escavação. Contudo, salientou o quanto a barragem
foi importante não só para o seu trabalho, como também para a mudança de sua
forma de enxergar a vida. “Trabalhar com essa barragem me ensinou a conviver
com a natureza”, afirma seu Dedé. Continuando esta segunda etapa da visita, o
grupo pode observar a constituição do solo, através de uma pequena vala escavada
no meio da barragem.
Neste pedaço de solo, observou-se as camadas que vem se
formando a cada vez que a barragem recebe chuva e como este vem sendo
enriquecido. Esta etapa de observação foi orientada pelo também pesquisador da
Embrapa Alexandre Nascimento, que salientou que tanto as análises da água quanto
do solo apresentam resultados positivos, especificamente quanto as quantidades
de sal.
Para finalizar, o grupo visitou a segunda barragem de seu
Dedé, construída em 2011 pelo próprio agricultor. Nesta, foram observados os aspectos
relacionados ao manejo da água, já que é nesta área que o agricultor mantém a
maior parte de sua produção. Neste quesito foi salientado a importância da
rotatividade do uso da água para reduzir as possibilidades de salinização, além
de evitar o uso tanto de fertilizantes químicos quanto dos agrotóxicos a fim de
impedir a contaminação do solo e da água. Prática que o agricultor faz questão
de salientar, quando afirma que jamais usou qualquer um destes produtos.
Regimere Melo
Comunicadora Popular CACTUS/ASA
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