segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Parceria Embrapa e Asa Alagoas promove dia de estudos sobre barragens subterrâneas

A Embrapa Solos, unidade de Recife vem desenvolvendo O projeto Barragem subterrânea: promovendo o aumento ao acesso e usos da água em agroecossistemas de base familiar do Semiárido do Nordeste brasileiro, a partir do qual busca  avaliar os impactos sociais, econômicos e ambientais provocados por esta tecnologia junto às famílias. O projeto foi executado em quatro estados do Nordeste: Bahia, Alagoas, Pernambuco e Paraíba. Em Alagoas, 03 famílias vêm sendo acompanhadas. Parte deste projeto foi a análise da água e do solo das barragens subterrâneas.

Na última sexta-feira, dia 07 de novembro a Embrapa, em parceria com a ASA Alagoas, realizou um momento de intercâmbio e estudo do solo de umas das barragens acompanhadas. O dia de campo, aconteceu na barragem do senhor Edésio Melo, conhecido como seu Dedé. O objetivo deste momento foi promover a troca de experiências entre técnicos e agricultores e contou com a participação de 3 proprietários de barragens subterrâneas, entre elas, duas que estão sendo acompanhadas pela Embrapa Solos.


Além dos agricultores, participaram técnicos e técnicas das Unidades Gestoras do Programa uma Terra e duas Águas no estado. O dia de estudos foi dividido em três momentos, ou estações, como explicou a pesquisadora da Embrapa Maria Sonia Lopes da Silva, que conduziu o primeiro momento, no qual foi feita uma apresentação sobre barragens subterrâneas, tratando de modelos, escolha do local mais adequado e etapas da construção. Ainda nesta primeira estação o agrônomo e pesquisador de gênese e classificação de solos Flávio Marques, apresentou os vários tipos de solo que podem ocorrer na região, classificando os que podem ou não ser recomendados para a construção das barragens subterrâneas.


A segunda estação, foi a passagem pela primeira barragem subterrânea de seu Dedé construída em 2007. Na visita ele contou do processo de construção, dando ênfase as dificuldades encontradas como a escavação manual da vala, que em alguns pontos, chegou a 8 metros de profundidade e o grande volume de água encontrado durante a escavação. Contudo, salientou o quanto a barragem foi importante não só para o seu trabalho, como também para a mudança de sua forma de enxergar a vida. “Trabalhar com essa barragem me ensinou a conviver com a natureza”, afirma seu Dedé. Continuando esta segunda etapa da visita, o grupo pode observar a constituição do solo, através de uma pequena vala escavada no meio da barragem. 


Neste pedaço de solo, observou-se as camadas que vem se formando a cada vez que a barragem recebe chuva e como este vem sendo enriquecido. Esta etapa de observação foi orientada pelo também pesquisador da Embrapa Alexandre Nascimento, que salientou que tanto as análises da água quanto do solo apresentam resultados positivos, especificamente quanto as quantidades de sal.



Para finalizar, o grupo visitou a segunda barragem de seu Dedé, construída em 2011 pelo próprio agricultor. Nesta, foram observados os aspectos relacionados ao manejo da água, já que é nesta área que o agricultor mantém a maior parte de sua produção. Neste quesito foi salientado a importância da rotatividade do uso da água para reduzir as possibilidades de salinização, além de evitar o uso tanto de fertilizantes químicos quanto dos agrotóxicos a fim de impedir a contaminação do solo e da água. Prática que o agricultor faz questão de salientar, quando afirma que jamais usou qualquer um destes produtos.

Regimere Melo 
Comunicadora Popular CACTUS/ASA

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