O Projeto Dom Helder Câmara será realizado com 1.974
famílias em 21 municípios que integram a Bacia Leiteira, o Alto e Médio Sertão
no Semiárido alagoano. Em cada município serão atendidas 94 famílias, porém nem
todas conquistarão as tecnologias sociais e o fomento, no valor de R$ 2.400,00
para fortalecer a produção da família.
Através do Projeto serão implementadas por município
apenas cinco tecnologias sociais, sendo fogão ecológico, biodigestor, bioágua
familiar, fossa séptica, clorador de água e duas unidades experimentadoras de
sorgo e palma. Das 94 famílias que serão atendidas 47 conquistarão o fomento e a
assistência técnica, e as demais 47 com assistência técnica.
De acordo com o agente de Assistência Técnica e Extensão
Rural (ATER) em Maravilha-AL, Francisco Sampaio “O projeto tem o objetivo de
contribuir para diminuição da pobreza e a miséria no Estado. As famílias que
serão atendidas precisam está dentro do Cadastro Único, onde consta um conjunto de informações
sobre as famílias brasileiras em situação de pobreza e extrema pobreza”.
O projeto foi apresentado em Maravilha-AL na primeira reunião
de mobilização e socialização com os representantes de associações
comunitárias, do Cdecma, do poder público municipal, para agricultoras e
agricultores. A reunião aconteceu na Escola Sagrada Família, no dia 25 de
janeiro de 2018.
O projeto será executado pela EMATER-AL, que obteve êxodo
na chamada da Agência de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater).
Agricultura
familiar no Semiárido alagoano
O
Semiárido alagoano é formado por 38 municípios, de acordo com as informações do
Instituto Nacional do Semiárido Brasileiro (INSA) a população estimada de 2014
nessa região era de 951.427. Na zona rural vive cerca de 50% dessa população,
no entanto apenas 1.974 serão contempladas com o Projeto Dom Helder Câmara.
Dessas famílias somente 1000 conseguirão o fomento, 105
famílias conquistarão tecnologias sociais e 84 unidades de experimentação de
sorgo e palma.
Essa é a contribuição que vem através da
parceria entre Anater e Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do
Desenvolvimento Agrário (Sead). Uma ação importante, porém ínfima diante da situação de
pobreza e extrema pobreza que vive o estado de Alagoas.
Combate
à pobreza e a miséria
O estado de Alagoas apresenta um baixo Índice de Desenvolvimento
Humano (IDH), e nos últimos dois
anos, o retrocesso das políticas públicas com a negação de direitos aumentou o cenário
da miséria. Cenário que reflete diretamente na vida da agricultora e agricultor
familiar.
Nesse Estado marcado pela desigualdade social, que se
tornou uma doença crônica, existe um Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza
– (FECOEP), criado em 2005 através da Lei 6558, porém não foi criado o Plano
que determine às ações de combate a pobreza e onde o recurso deve ser gasto.
Assim, torna-se mais fácil desenvolver pequenos projetos
através de parcerias com órgãos federais, e não envolver um número maior de
famílias que vive em pobreza e extrema pobreza no Estado.
Será que é com os projetos e programas de chamada pública
que se combate a pobreza? Por que não existe o Plano de Combate à Pobreza e
miséria no Estado? A agricultura familiar em Alagoas pede socorro, devido à falta
de políticas, e plano de ação para curto, médio e longo prazo. “SOS Agricultura
Familiar”.
Elessandra Araújo
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