As agricultoras e os agricultores que conquistaram a cisterna
e o fomento, para fortalecer a produção no quintal, através do Programa Uma Terra
e Duas Águas (P1+2) mostraram no Encontro Territorial que com a conquista do
Programa conseguiram, cultivar hortaliças para consumo da família e vender o excedente.
Também, aumentaram a criação com a implementação de aviário, pocilga e o aprisco.
Participaram do Encontro 50 agricultores (as) e representantes da comissão municipal
dos municípios de Santana do Ipanema-AL e Ouro Branco-AL.
Além da mudança que fortaleceu o agroecossistema, eles
disseram que as formações contribuíram para superar a timidez, pois para
alguns, a dificuldade para se comunicar era maior e atualmente conseguem vender
em feiras e na comunidade os produtos que cultivam.
No Encontro os participantes trocaram informações sobre o
avanço e as consequências do agrotóxico, a produção agroecológica, a causa da
pobreza e da fome, previdência social, a importância de políticas para fortalecer
a economia local e a convivência no Semiárido.
Nessa troca de experiência para informação e avaliação do
P1+2 a agricultora Quitéria Santos da comunidade Camoxinga em Santana do
Ipanema-AL destacou: “Antes da cisterna quebrei muito balde e pote que
carregava na cabeça, quando ia buscar água distante de casa; Era um sofrimento.
Depois que consegui a cisterna cultivo quiabo, cebola, coentro, couve,
pimentão. E ainda crio os pequenos animais. O tempo que eu ia buscar água é o
tempo que estou cuidando da minha horta. A vida da minha família mudou muito
depois do Programa”.
A agricultora Evaneide Melo dos santos da Barra do Tigre em
Santana do Ipanema-AL ressaltou: “No lugar onde moro é uma serra e a gente
sofria para conseguir água. Até para comprar era difícil encontrar quem queria subir
a serra para leva à água. Depois da cisterna não quero mais sair do lugar onde
vivo. Porque tenho água, crio meus animais e planto as hortaliças. O que planto
já não compro, e consumo alimentos saudáveis”.
Nesse diálogo a agricultora Maria Zélia da comunidade Serrote dos
Bois em Santana do Ipanema-AL disse: “Depois da cisterna enxurrada comecei a cultivar
as hortaliças para o consumo e ainda vendo na comunidade. Conquistei a pocilga
e comecei a criar os porcos. Minha vida mudou muito”.
Para agricultora Gilene Cassiano Santos da comunidade
Serrote dos Bois, em Santana do Ipanema-AL, com a cisterna foi possível plantar
e estocar a água. “Antes eu via o repolho na feira e não podia comprar. Agora
ao redor da cisterna cultivo couve, repolho, coentro, cebolinha, pimentão. Eu posso
comer verduras que antes eu não podia comprar”.
Gilene Cassiano continuou “a cisterna de primeira água e
segunda água transformou minha vida. Lembro que quando meus filhos eram
crianças eles choravam com fome e sede e eu só tinha um baldinho com água.
Então decidi dá a água para eles beber e ficamos com fome. Porque a água que
tinha não dava para beber e cozinhar. O sofrimento para conseguir água só
passou depois das cisternas”.
As ações do P1+2 foram realizadas em Ouro Branco e
Santana do Ipanema para 201 família em 2018. Mas em 2019 apenas as 70 famílias
de fomento continuaram com a assistência do Programa. Através do P1+2 foram construídas
191 cisternas, 10 barreiros trincheiras, intercâmbios, Encontros de avaliação e
capacitações.
O Encontro de Avaliação do P1+2, da Articulação Semiárido
Brasileiro (ASA Brasil) foi realizado na Universidade Estadual de Alagoas
(Uneal) nos dias 19 e 20 de fevereiro.
Ascom Cdecma
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