Coordenador Nacional da ASA avalia 2010 e fala dos desafios para 2011

No final de 2010 o representante de Alagoas na coordenação executiva nacional da ASA, Mardônio Alves da Graça deu uma entrevista contando sobre os avanços de 2010 para a articulação, bem como sobre os principais desafios para o ano que se inicia. 

Confira a opinião do coordenador estadual pela Cooperativa de Pequenos Produtores de Bancos Comunitários de Sementes - COPPABACS:

Os principais aprendizados da ASA Estadual em 2010:

"2010 foi um ano de colheita, e uma colheita onde comemoramos os 10 anos de lutas e conquistas de milhares de sertanejos e sertanejas que semearam suas sementes coletivamente na grande roça comunitária: a 

Articulação no Semiárido Brasileiro.

Em alagoas aprendemos que as relações com o poder público deve existir, e mesmo não compartilhando, em alguns casos, com a ideologia de um ou outro gestor, sempre existem espaços que podemos e devemos ocupar para garantirmos algumas das políticas públicas gostaríamos de ter. Este ano conseguimos, depois de alguns anos de diálogo, efetivar ações  advindas com a lei estadual de bancos de sementes aprovada em 2008, estamos garantido formação para 600 comunidades em gestão de bancos de sementes, capacitação em confecção de vasos para armazenamento de sementes, estamos debatendo nossas metodologias com aproximadamente 120 técnicos da rede pública de ater através de oficinas com técnicos e lideranças, sistematizando as experiências e as variedades de sementes da resistência existente nestas comunidades.

Mas, o importante de tudo isso, é que nenhuma ação é isolada da outra, estamos garantido a continuidade do P1MC e estabelecendo parcerias também com o estado e fazendo com  que cada família beneficiada com o P1MC esteja envolvida em outras ações, sejam elas bancos de sementes, de ferramentas, o acesso a 2ª água através do P1+2, a valorização das experiências exitosas através de sua sistematização, a formação de jovens em agroecologia, a elaboração do Plano Estadual de desertificação (PAE), a educação contextualizada através de parcerias com a RECASA, e por último as cisternas nas escolas, que está trazendo, além da água para educar, o diálogo com o gestor local a construção de uma outra forma de olhar a escola do campo, de discutir a alimentação escolar, a infraestrutura  mínima, em fim, debater com toda a comunidade estas e várias outras questões que possibilitam uma vida mais digna através da convivência com o semiárido."

 Os desafios vislumbrados para 2011 no cenário do estado:

"Para 2011 os desafios são maiores, entre eles, a luta pra garantir que as sementes distribuídas pelo estado sejam 100% crioulas, e que para isso o estado deva criar mecanismo que possibilite os agricultores e agricultoras terem acesso a assistência técnica nos vários bancos de sementes que estão sendo constituídos e ampliar a relação com o estado para além das sementes.

No campo interno, o desafio está em balançar a rede, não para dormir e sim para despertar, pois, muitas comissões municipais diminuíram o ritmo com as cisternas via os municípios, já que foge das dinâmicas com as quais trabalhamos, e desta forma quebrou-se algumas relações e enfraqueceu o processo de mobilização nestes municípios.

São muitos os desafios para ano que se aproxima, mais acredito que sejam estes, os principais."