Por um Semiárido vivo com direito à água e Soberania Alimentar
Exma. Presidenta da República Federativa do Brasil
Sra. Dilma Rousseff
“A luta contra a miséria e a fome tem
dupla dimensão: a emergencial e a estrutural. A articulação entre as duas
dimensões é complexa e cheia de astúcias. Atuar no emergencial sem considerar o
estrutural é contribuir para perpetuar a miséria. Propor o estrutural sem atuar
no emergencial é praticar o cinismo de curto prazo em nome da filantropia de
longo prazo”. (Betinho)
Nós, cidadãos e cidadãs, brasileiros e brasileiras,
intelectuais, artistas, parlamentares e integrantes de movimentos sociais
populares, do campo e da cidade, somos testemunhas dos muitos avanços vividos
no Brasil nos últimos anos, que resultaram na redução de desigualdades sociais
e econômicas.
A situação apontada pelo sociólogo Betinho em
relação à seca de 1979 a 1983, onde quase um milhão de pessoas morreram de sede
e de fome, em decorrência da falta de ação do Estado, é uma realidade distante.
O Semiárido de hoje é reconhecido por sua beleza, resiliência, alta capacidade
de inovação e produção de conhecimento e alimentos. Tudo isso graças à força do
povo que vive nessa região, que com acesso a uma série de políticas públicas integradas,
deu novo rumo à sua história.
Políticas como o Bolsa Família, o Crédito, o PAA, o
PNAE, o Seguro Safra, o Bolsa Estiagem e o Água para Todos propiciaram nova
condição de vida ao povo do Semiárido. O acesso à água contribuiu diretamente com
a desconstrução da imagem de um Semiárido sem vida e sem capacidade produtiva.
Atualmente, quase um milhão famílias têm água de qualidade para beber ao lado
de casa, através das cisternas de placas; cerca de 120 mil famílias podem
produzir de forma agroecológica, através das diversas tecnologias de
armazenamento de água para esse fim, a exemplo das cisternas-calçadão,
barragens subterrâneas, barreiros-trincheiras, entre outras. Foi com a contribuição do Água para Todos
que 40 milhões de pessoas saíram da miséria e da indigência.
E apesar de todas as conquistas, ainda há muito o
que fazer. O Semiárido vive uma das maiores secas dos últimos 60 anos. Por essa
razão, neste momento de crise nacional e internacional, ao fazermos escolhas Sra.
Presidenta, é fundamental reconhecer a existência de grupos sociais
historicamente penalizados, e assim, os necessários ajustes não devem recair
sobre eles.
Queremos continuar assistindo à histórica redução
das desigualdades que marcam o País. Não
podemos parar, tampouco diminuir o ritmo dessas políticas, especialmente às
responsáveis por garantir soberania alimentar.
Reforçamos nosso apelo à Vossa Excelência para que não
deixe o ajuste fiscal paralisar ações que vêm mudando radicalmente a paisagem e
as faces do Semiárido para melhor e que garantem vida digna ao seu povo.
Tenha certeza, Senhora Presidenta, estamos juntos
nesta batalha de justiça e dignidade e não aceitaremos nada menos que a
ampliação das políticas que transformam para sempre a vida das pessoas.
Fome e miséria nunca
mais!!!
15 de agosto de 2015
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