Uma outra economia é possível
O dia 15 de dezembro é o dia nacional de economia
solidária. Uma economia voltada para cooperação, solidariedade, democracia,
autogestão, comércio justo, respeito à natureza e o consumo solidário. Para
celebrar esse dia, em Alagoas, no período de 14 a 16 de dezembro foi realizado
o 1º Seminário Estadual e a Feira de Economia Popular Solidária. As agricultoras
e os agricultores familiares e artesãs apresentaram a diversidade de produtos,
comidas típicas, artesanatos e cultura. Esses
atores sociais mostraram que podem produzir gerar trabalho e renda, mas que é
preciso políticas públicas para fortalecer a inclusão social.
Participaram do seminário cerca de 200 pessoas de
diferentes municípios do Estado como Atalaia, Coruripe, Marechal Deodoro,
Maravilha, Maragogi, Maceió, Monteirópolis, Palmeira dos Índios, São José da
Tapera, Mata Grande, Piranhas e outros municípios. No entanto, os representantes
do poder público municipal e estadual não participaram.
Foram três dias de troca de saber com seminário e
oficinas. “Esses momentos são importante para o fortalecimento dos
empreendimentos de economia solidária, principalmente em Maceió. Porque a Secretaria do Trabalho, Abastecimento
e Economia Solidária do município junta grupos sem lógica nenhuma de
economia solidária, e as pessoas são convidadas para vender, e não para
aprender e trocar saberes. Não se trabalha os princípios da economia solidária”,
disse a presidente da Federação dos Artesãos do Estado e coordenadora estadual
do Fórum de Economia Solidária, Lindinalva Camargos.
Para o membro do Fórum de Economia Solidária, Edimir
Francisco da Silva, (popular Neno) “O Estado de Alagoas deveria ter políticas
públicas para o desenvolvimento sustentável, e a economia solidária é o eixo
central. O Estado é responsável de pensar o desenvolvimento, a partir da lógica
da economia solidária. Esse desenvolvimento seja através do fomento, da
comercialização, da finança solidária. Mas, em Alagoas não tem uma política de
economia solidária. Os projetos de economia que estão não existem uma
preocupação com uma solidariedade. O Estado defende os grandes negócios e não
os pequenos. Então é preciso fazer luta para que o Estado funcione e as
politicas de economia solidária aconteçam. E uma das formas de lutas é a feira
para dar visibilidade à economia solidária e realizar formação ”.
Ainda segundo Edimir Silva o Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Fecoep), que deveria fomentar a
economia solidária no Estado é um fundo político e não cumpre o objetivo para o
qual foi criado.
Apesar da falta de política para o combate a pobreza, os
grupos produtivos usam a criatividade e revelaram a diversidade e qualidade de alimentos
da agroecologia e o artesanato. O evento aconteceu na Praça da Faculdade em
Maceió- AL, próximo à feira de agricultores (as) do MST, que também
comercializavam a diversidade de produtos agrícola.
O encontro de economia solidária foi organizado pelo Fórum
Cáritas de Alagoas, a Cáritas Regional Nordeste 2 com o apoio do Fórum Estadual
de Economia Solidária, através do Projeto do Fundo Nacional de Solidariedade da
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Elessandra Araújo
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