terça-feira, 27 de novembro de 2018

O espaço de produção e geração de renda



“A gente pra viver hoje tem que ter coragem de se desdobrar de todas as maneiras, se não a gente não vive. A gente tem que pensar e trabalhar muito para poder sobreviver nesse lugar, que está seco”, disse o agricultor José Adriano Cavalcante, 40, pai de 3 filhos. Junto com a esposa Anderleia Alves Cavalcante, 40, fez um pequeno barreiro e colocou lona para armazenar água. Com o reservatório, seguindo um planejamento e economia nos gastos da água, eles passaram a produzir as hortaliças, plantas medicinais, frutíferas e mantém a criação de galinhas.

É no quintal de casa na comunidade Puxinanã em Santana do Ipanema-AL, que o casal trabalha com alegria no cultivo da horta e frutíferas. “Começamos a plantar as verduras em quatro canteiros e depois fomos aumentando o plantio de couve, cebolinha, coentro, pimentão, pimenta, tomate cereja, maxixe e uva. O sonho da minha vida é ver muita verdura e frutas aqui. E quando a cisterna-calçadão for construída eu vou poder produzir mais, porque coragem de trabalhar a gente tem”, disse a agricultora.

Para a agricultora produzir no quintal de casa significa uma terapia. “No dia que não vou cedo para os canteiros fico estressada. Quando estou cuidando o tempo passa tão rápido que não dá para pensar em nada de problema”, ressaltou.

Anderleia Cavalcante continuou com entusiasmo e disse: “Tem tempo que a horta fica tão bonita que fico sem coragem de tirar para vender. E quando alguém me pergunta se tenho coragem de produzir, eu digo que é tudo que eu tenho. Porque tudo que a gente faz tem que ter amor. Eu trabalho com amor”.

A produção e o escoamento

A família usa o esterco de animais e defensivos naturais para repelir as pragas e usa o sistema simples para aguar as plantas de forma localizada. O agricultor explicou: “A gente usa água do barreiro para as plantas com mangueiras de gotejamento, que conseguimos em agosto desse ano, através da Secretaria de Agricultura do Município de Santana. Mas antes a gente aguava com o regador duas vezes ao dia”.

Ao perguntar o agricultor como era a divisão do trabalho para o desenvolvimento da produção, ele respondeu que trabalha junto com a esposa e o resultado é a garantia do alimento na mesa da família. O excedente o casal comercializa na comunidade e na feira da Agricultura Familiar realizada duas vezes ao mês em Santana do Ipanema/AL. A família consegue obter cerca de R$ 700,00 (Setecentos reais) mensalmente com a venda das hortaliças.

“Aqui eu tenho um trabalho certo. Tem que ter compromisso, se não, não tem a produção nem a renda. Na divisão do trabalho a gente não sabe quem é marido e quem é mulher. Porque a gente faz de tudo”, disse Adriano Cavalcante.

A família conquistou através do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2) da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a cisterna para produção, que tem capacidade para armazenar 52 mil litros de água. Eles participam do processo de formação e a cisterna será construída nesse mês de novembro.

Eline Souza – Comunicadora popular

UGT Cdecma


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