Mesa de encerramento do seminário |
A partir da apresentação dos Programas de Aquisição de Alimentos pelo estado, pela CONAB e pelos municípios, de visitas a experiências de comercialização e de muito debate, agricultores, organizações e representantes públicos perceberam que a comercialização por meio de programas como PAA e PNAE ainda é muito pouco expressiva dentro do estado.
Dentre os maiores problemas percebidos tanto na fala dos representantes públicos, quanto nas experiências visitadas está a pouca mobilização dos agricultores/as para o fim da comercialização direta, pois ainda é muito forte a presença do atravessador no processo de venda dos produtos da agricultura familiar.
“Ano passado vendi meu feijão de R$ 25,00. A CONAB ia comprar o de R$ 80,00 mas os atravessadores prometeram comprar de R$ 100,00 e os agricultores desistiram de vender a CONAB. Quando a CONAB foi embora, eles voltaram o preço pra 25, 30 reais e a gente não pode fazer nada. Isso não pode mais acontecer.” Conta o representante do sindicato dos trabalhadores rurais, Cícero, de Inhapi ao reforçar que os municípios precisam fazer um levantamento da demanda e das experiências de produção e que as organizações locais tem o dever de articular este processo.
Esta é uma opinião compartilhada também por Elizeu Rêgo, superintendente da CONAB no estado, que em sua fala de avaliação lembra que, mesmo que o estado ofereça todas as políticas, sem o povo nada pode ser feito.
O objetivo dos grupos de trabalho formados é organizar os agricultores/as e seus projetos de comercialização, apresentar propostas e projetos junto os mecanismos de comercialização do Estado, bem como discutir políticas de intervenção e qualificação destes programas.
Uma das primeiras intervenções planejadas pelo grupo é cobrar junto ao CEDAFRA em sua próxima reunião, a criação da Comissão de Gerenciamento do Programa Estadual dos Bancos de Sementes, garantida na Lei de Sementes do estado.
Outro encaminhamento previsto para um dos grupos é uma capacitação em elaboração de projetos de comercialização, planejada para acontecer nos dias 15 e 16 de junho. Nesta formação pretende-se envolver, principalmente, lideranças e técnicos das organizações locais que acompanham os agricultores.
O final do encontro foi marcado pela animação diante dos encaminhamentos e do compromisso dos presentes em animar o processo de comercialização junto aos agricultores. “Este não pode ser mais um evento, precisamos ter vontade e compromisso com aquilo que foi discutido e planejando aqui”. Completa, Eunice de Jesus, encerrando a rodada de falas da mesa de encerramento do seminário.
Comunicadora Popular ASA /UGT CACTUS
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