Em dias de chuva e no ambiente decorado com objetos que representam
a cultura popular do Semiárido alagoano, associado a momentos com dinâmica de
grupo e mística, os participantes da reunião ampliada da ASA constroem
estratégias para superar os desafios e retrocessos que vive a agricultura
familiar.
Na reunião ampliada da Articulação Semiárido Alagoano
(ASA) ocorrida nos dias 25 e 26 de maio na Associação de Agricultores
Alternativos (AAGRA) em Igaci-AL, agricultoras e agricultores, técnicos,
representante da rede alagoana de agroecologia e da rede de educação
contextualizada para o Agreste e Semiárido (Recasa), membros da coordenação da
ASA avaliaram como as decisões politicas nas três esferas de governo federal,
estadual e municipal interferem na agricultura familiar e convivência com o
Semiárido.
Nesse resgate foi analisada a perda de direitos da
agricultura familiar com a extinção do Ministério do Desenvolvimento Agrário
(MDA) e do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome (MDS). Os temas
relacionados à assistência técnica e extensão rural (ATER), agroecologia,
reforma agrária, convivência com o Semiárido não tem relevância no âmbito
nacional. E no âmbito estadual o cenário não é diferente com a política
excludente e que interfere no processo de formação e mobilização para
convivência no Semiárido.
Também, no processo de discussão e construção de
conhecimento outras ações foram desenvolvidas como o teste de transgênico com
sementes de milho e trabalhos em grupos sobre as seguintes temáticas: Sementes,
educação contextualizada e juventude, mulheres e comunicação.
Nos trabalhos em grupo foram descritos os avanços, os
retrocessos, os desafios e os encaminhamentos referentes a cada temática. Já em
relação ao teste de transgênico das doze variedades de milhos analisadas, duas
amostras foram positivas.
“O teste tem o objetivo de analisar as sementes de milho
cultivadas pelos agricultores e agricultoras familiares das comunidades ou
microrregião onde existem bancos comunitários de sementes crioulas. A ideia é
avaliar ocorrências de contaminação dessas variedades crioulas por variedades
geneticamente modificadas, seja através de roçado dos vizinhos, por meio das
sementes comercializadas pela Conab para ração ou até mesmo por inserção de
sementes transgênicas via casas comerciais”, ressaltou o coordenado do Programa
em Alagoas, Mardônio Alves da Graça da Cooperativa dos Bancos Comunitários de
Sementes (Coppabacs).
Os resultados obtidos na reunião ampliada contribuirão
para o fortalecimento da rede ASA.
Elessandra Araújo
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