Em um ambiente harmonioso construído com sentimentos de
solidariedade, respeito e compromisso, os participantes da Rede Alagoana de Agroecologia
construíram propostas e avaliaram os caminhos da agroecologia no Estado, na IV
reunião ocorrida nos dias 02 e 03 de junho no Instituto Federal de Alagoas
(IFAL) em Santana do Ipanema-AL. Segundo um dos integrantes da rede, Leandro
Benatto “A rede vem se desenvolvendo no Estado com o objetivo de fortalecer as diferentes regiões e
territórios agroecológicos”.
A rede de agroecologia foi criada em dezembro de 2016
após a primeira caravana intitulada: Mulheres camponesas e a construção da
agroecologia na Mata Alagoana, ocorrida no período de 10 a 12 de novembro de
2016.
“A caravana é uma forma de evidenciar as conquistas e os
desafios da construção agroecológica no território para o fortalecimento da
rede alagoana de agroecologia”, disse o articulador da rede, Benatto.
A
próxima caravana será realizada no sertão de Alagoas ainda em 2017. Para
planejar esse evento foi formado um grupo de trabalho, que apresentará as
propostas na próxima reunião da Rede no dia 04 de julho, na Associação dos
Agricultores Alternativos (AAGRA) em Igaci-AL.
Na
reunião outros assuntos previstos na pauta foram discutidos como: a situação do
Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera) em Alagoas, encontro
de sementes crioulas, ERA, encontro de agroecologia em Juazeiro, Pedagroeco, desenvolvimento
dos grupos de trabalho de agrobiodiversidade,
gestão de conhecimento, lutas e resistência da terra e comunicação, a carta
política da rede e a realização de feiras agroecológica.
Para os temas avaliados na reunião o
grupo fez encaminhamentos que visam superar os desafios para a vivência da
agroecologia em Alagoas, em um cenário de expansão do agronegócio, que não visa
o desenvolvimento socioambiental.
Experiência agroecológica
No segundo dia de reunião, integrantes
da rede visitaram a propriedade do agricultor Sebastião Damasceno na comunidade
Lages do Barbosa em Santana do Ipanema-AL.
O agricultor mostra a importância de
cuidar da terra, conservar a biodiversidade, produzir alimentos saudáveis sem
uso de agrotóxico e as práticas de queimadas.
Feliz com a visita Sebastião Damasceno
agradeceu a presença dos participantes da rede de agroecologia e o apoio da ASA
(Articulação Semiárido), que luta por ações de convivência no Semiárido. “Tenho
uma barragem subterrânea que conquistei com o Programa P1+2 da ASA. Minha
barragem está cheia graças a Deus. Agora tenho água para beber e produzir. E
produzo com respeito à Mãe Terra, porque a Terra dá tudo o que precisamos para
viver, principalmente nesse período que a chuva cai no sertão e a Terra está
grávida”, disse o agricultor.
A troca de experiência com a agricultura
familiar fortalece a rede no caminho da agroecologia, que reconhece a Terra como
um organismo vivo, com recursos limitados, e que tudo está integrado, por isso,
defende a agrobiodiversidade.
Elessandra Araújo
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